quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sumie - Pintura milenar oriental




A origem do sumie, ou sumiê, ou ainda sumi-e, está nos mosteiros budistas da China durante a dinastia Sung (960-1274), com o nome de suiboku-ga (pinturas monocromáticas de tinta carbono). Ela foi levada ao Japão no século 14, cuja temática era essencialmente religiosa (zen-budista) representando elementos budistas como círculos (vazio interior) ou a natureza como rochas e águas. O sumie possui traços semelhantes aos da caligrafia e usa praticamente os mesmos materiais (suzuri - recipiente para preparar a tinta; fude - pincel, papel; e sumi - tinta feita de fuligem de plantas e cola) e segue os mesmos princípios: pinceladas com grande controle, energia e concentração. É uma arte no melhor estilo zen: exercitar a paciência, a humildade e a simplicidade, sempre em busca do aperfeiçoamento. Além disso, não é para pintar a forma da natureza, mas para captar a sua essência.

domingo, 14 de setembro de 2008





















Sake wa hyakuyaku no Choo :
Quando consumido adequadamente, saquê é melhor do que qualquer remédio.

Samurai
























Vem meu guerreiro
Mostre-me o que há por trás de seus mistérios
Honra. Justiça. Perfeição. Lealdade.
Mostre-me seu domínio sobre a arte do amor
A vida é limitada, mas nosso amor pode durar para sempre.
Ouça o som suave do shamisen
como o doce canto do meu amor
Tome a flor de cerejeira dos meus cabelos,
Faça-me atravessar os portões da eternidade
Olhe-me nos olhos e mergulhe dentro de minha alma
debaixo das cerejeiras em flor.
Nana Pereira


Samurai

kinasai watashino toushi

anatano misterii no usironi arumono ha nanika watashini misete

Hokori. Seigui. Kanpeki. Seijitsu.

Aino manaa ni tsuiteno anatano jinseishin, sore o misete.

inotiniha kaguiriari, keredo, aiwa tokoshie de ariuru

shami no ne o kikinasai

Watashino ai no amakishirabe no youna.



watashino kamino sakuranohana o uketorinasai

Watashi o shite, towano monko o watarasetamae.

Watashino hitomi o mi,

sakihokoru ouka no moto wagamune no uti ni hitareyo."


Tradução para o japonês de Tadao Iso.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Awa-odori




















Awa-odori é uma dança folclórica da província de Tokushima, localizado na Ilha de Shikoku. É uma dança típica que representa o carnaval japonês, comemorado durante as festividades de verão. A tradução literal da palavra significa:

awa = antigo nome de Tokushima, “Awa no Kuni” [阿波の国]

odori = dança



A origem desta dança deu-se na Era Azuchi Momoyama (1587), durante a comemoração do término da construção do Castelo de Tokushima.
Muitas pessoas se embriagaram com a fartura de saquê e dançaram, tropeçando para frente e para trás. Algumas pegaram instrumentos disponíveis à sua volta e começaram a acompanhar a dança com canções. Hachisuka Iemasa [蜂須賀家政], o daimyô da província, prestigiava a festa e gostou da performance. Incentivou mais pessoas para participar da dança e surgiu assim, o awa-odori.



No awa-odori os homens dançam livres, aparentemente desordenados e sem coordenação. Vestindo trajes leves, como yukata masculino, happi, hatimaki (faixa em volta da cabeça), tabi (meias com solas de borracha) e na cintura, presa com uma faixa preta, uma espécie de garrafa de saquê. As mulheres, com movimentos leves e sensuais, dançam em trajes típicos da região, como o yukata, kasa (chapéu comprido de palha, afinados nas extremidades e largas no meio) e o gueta (tamanco apoiado sobre travessas de madeira).

http://www.flickr.com/photos/yukumizu/2244441064/sizes/l/


Os dançarinos são agrupados em equipes chamados de ren [連]. Eles dançam pelas ruas, acompanhando os sons de shamisen, taikô, flautas e sinos. Os seus movimentos são simples, bastam mover as pernas e braços com o máximo de vigor possível. Uma das regras da dança é manter as mãos e os braços acima do ombro enquanto se dança. Isto é considerado bastante incomum na maioria dos estilos de dança japonesa.

Acompanhando a dança e os sons dos instrumentos, os dançarinos também cantam a seguinte canção:


“Erai yaccha,
erai yaccha,
yoi yoi yoi yoi,
odoru aho ni,
miru aho,
onaji aho nara,
odoranha son son! “

Traduzindo, seria algo como: “É um tolo que dança e um tolo que observa. Se ambos são tolos, não vale a pena deixar de dançar também!”. Assim, awa-odori algumas vezes é chamado de “dança do tolo”.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Shakuhachi





É um instrumento de sopro de estrutura aparentemente simples: um bocal, o corpo feito de bambu e cinco orifícios. Porém, suas medidas são rigorosas. O comprimento mais comum do instrumento é de 1,8 shaku ( Ishakuhassun ) ou 54,5 cm. Um shaku tem aproximadamente 30 centímetros.
O bambu usado na sua construção é um bambu grosso e duro chamado Madake.


 Existem composições para o Shakuhachi datadas da era Nara (Século VIII). O Shakuhachi era tocado como parte das cerimônias e práticas do Zen Budismo

Koto






É uma espécie de cítara, um instrumento de cordas tradicional japonês. Sua caixa é feita de madeira macia e mede, aproximadamente, 170~190 cm de comprimento por 23~25 cm de largura. O interior é oco e, tem dois orifícios, um em cada ponta, na sua parte inferior.
Normalmente possui 13 cordas que são dedilhadas por plectros ( tsume ), similares aos usados pelos guitarristas. O Koto é atualmente o mais popular dentre os instrumentos musicais tradicionais japoneses.

O instrumento está presente na literatura japonesa desde a antiguidade. Nos Contos de Genji ( Genji Monogatari de Murasaki Shikibu 978-1016 ) o Koto aparece em diversas passagens. Neste século ainda houve a popularização do instrumento como acompanhamento de dança e como conjunto formado juntamente com Shakuhachi e Shamisen ( Sangen ).




Biwa







É um instrumento de cordas, um tipo de alaúde oriental. Seu corpo, que é feito de madeira e tem o formato oval, possui quatro ou cinco cordas e é tocado com um plectro ( uma palheta; pequena peça fina, de diferentes materiais, que serve para fazer soar as cordas).
O biwa é derivado do antigo alaúde de quatro cordas iraniano e viajou desde o Afeganistão até chegar à China. De lá foi introduzido no Japão no final da Era Nara (710-784). No grande concerto de inauguração da estátua do Grande Buda do Templo Tôdaiji em 752, foram usados três tipos de alaúde, provavelmente os antecessores do atual biwa.
O biwa do Gagaku somado ao Shômyô , canto budista, modificado ao gosto japonês, proporcionou a criação de um novo estilo de música narrativa chamado Heikebiwa, precursor da narrativa Jôruri. Esse estilo consistia na narração, acompanhada do biwa, das narrativas do Heike Monogatari (Narrativas do clã Taira), importante obra da literatura do século XIII, que narra a guerra entre os clãs Taira e Minamoto, finalizada em 1185.

Bon Odori







Bon Odori (em japonês O-bon お盆 ou simplesmente Bon盆, Bon Odori?) é um festival que ocorre anualmente durante o verão (geralmente entre julho e agosto), sempre após o pôr do sol, pois prevalece a crença de que os espíritos somente saem durante a noite. Cada localidade escolhe uma data específica para fazer os seus festejos durante esse período.

O Bon Odori é um festival de tradição budista que tem as suas origens na China. Durante o Bon celebram-se as almas dos antepassados com danças em grupo e levando-se lanternas acesas saudosamente lembrando da sabedoria dos antepassados. Apesar de semelhante ao dia dos finados, durante o Bon são tocadas músicas tradicionais alegres e, sobretudo, predomina um clima de jovialidade, gratidão e participação geral. Muitas famílias aproveitam a oportunidade para se reencontrarem durante o Bon, voltando das grandes cidades aos seus lugares de origem.

Música


















Na cultura japonesa a música é dividida em dois tipos distintos, a clássica e a folclórica.

A modalidade clássica possui uma variedade distinta de ritmos e estilos ocorridos ao longo da história japonesa.

Entre os anos 710 a 794, que representa a era Nara na qual ocorreu a interatividade cultural do Japão com a China, a corte japonesa adotou o Gagaku.

Na era Heian, que se desenrolou entre 794 a 1192, ocorreram grandes evoluções musicais.

O gagaku é cativado pela nobreza, essa música compõe cerimônias na companhia de danças, o som advém de instrumentos musicais de sopro (flauta vertical e flauta horizontal), instrumento de cordas (harpas horizontais) e instrumentos de percussão.

Entre 1192 e 1603, que corresponde à era Azuchimomoyama, houve grandes evoluções na música, especialmente nos instrumentos.

Nas primeiras décadas do século XX, quando o mundo já contava com uma série de tecnologias musicais, foram inseridas nas músicas japonesas mais antigas reformulações e arranjos.

Setsubun






























A palavra setsubun tem em seu significado, primeiro, a idéia de “despedida da estação do ano”, ou seja, um dia antes da nova estação. Por esse motivo é que o setsubun ocorre, na verdade, quatro vezes ao ano e cada uma com uma denominação específica, que são: risshun (um dia antes da primavera), rikka (um dia antes do verão), shuubun (um dia antes do outono) e rittoo (um dia antes do inverno). Porém hoje em dia, a palavra setsubun está mais intimamente ligada ao dia que antecede a primavera (risshun) - por volta de 4 de fevereiro. É neste dia que se faz o mamemaki (lançamento de grãos de soja) ou mameuchi como também é chamado.

História do sake



















Sake (saquê ou sakê) ou nihonshu é uma tradicional bebida alcoólica japonesa, basicamente feita de grãos de arroz e água. O teor alcoólico do sake, que pode ser bebido gelado ou quente, varia entre 15% e 20%. Há duas variedades de sake refinado: karakuchizake (sake seco) e o amakuchizake (sake doce).

Registros indicam que o sake nasceu na China, há cerca de 7.000 anos e popularizou-se no Japão, tornando-se a sua bebida nacional. A história de como iniciou no Japão não é clara e as referências indicam um período entre o século III e VIII. Sabe-se que um marco na produção do sake foi a instalação do departamento de cervejaria no Palácio Imperial de Nara, então capital do país (710 a 792 d.C.), com a admissão de diversas pessoas encarregadas de produzir a bebida.

Os produtores não conheciam técnicas apuradas de fermentação e o sake era feito com pouco álcool e água, em uma combinação que mais lembrava uma porção de mingau. Nessa época, "comia-se" o sake dentro de uma tigela. Na verdade, tudo era o resultado de uma receita com pormenores um tanto repulsivos: mascava-se o arroz para fermentá lo com a saliva e depois cuspia-se em tachos para só então iniciar o preparo da bebida. Esse método era chamado de “kuchikami no sake”, ou sake mastigado na boca.

Já na província de Hokkaido e em áreas rurais de Okinawa, os fãs da bebida encontraram maneiras de purificar esse processo, determinando que apenas as jovens mulheres virgens poderiam mastigar o arroz, pois elas eram consideradas representantes dos deuses aqui na Terra. A bebida produzida por elas foi batizada de "bijinshu", o sake de mulher bonita. Por incrível que pareça, essa prática sobreviveu até poucos séculos atrás, mesmo após a adoção de técnicas mais modernas de fermentação.

No período seguinte, quando a capital passou para Kyoto, o sake passou a ser descrito como uma bebida nobre e começou a ser consumido quente. Com cerca de 15 variedades, nessa época já havia cerca de 180 produtores independentes de sake da região de Kyoto. Os templos que possuíam grandes propriedades de arroz passaram a fabricar a bebida, mais tarde fazendo parcerias com fabricantes maiores.

O sake era uma importante oferenda nas atividades religiosas sendo comum saboreá-lo após a oferenda. Muito utilizado em festividades ligadas à agricultura, em casamentos e despedidas, o sake refinado tornou-se popular na segunda metade do século XVIII (Período Edo).

Atualmente, diversas regiões do Japão o produzem, mas a região que tem a fama de fabricar o melhor sake é o distrito de Fushimi, em Kyoto. Existem hoje cerca de 1.600 fabricantes de sake no Japão. No Brasil, a bebida é produzida por empresas como a Sakura e a Azuma Kirin.

Tipos de sake













Junmai-shu – É o sake mais puro, com arroz, água e koji, e que não sofre acréscimo de álcool. O arroz é “polido” de forma que perde a parte externa, conservando menos de 70% do seu volume original.

Honjozo-shu – Tem pequena quantidade de álcool etílico destilado, o que melhora o sabor, tornando o sake mais suave. O arroz recebe o mesmo tratamento de Junmai-shu.

Ginjo-shu – O arroz é “polido” para conservar apenas 60% do seu formato original. Isso diminui a gordura e as proteínas. Além disso, esse sake é fermentado a uma temperatura baixa por muito tempo.

Daiginjo-shu – Através do polimento, o arroz perde pelo menos 50% de seu volume original, chegando em alguns casos a perder até 65%. É um tipo de sake que exige muito trabalho em cada nível do processo.

Namazake – É o sake que não é pasteurizado, e deve ser guardado na geladeira.

Nigori-zake – Não é filtrado e tem aspecto leitoso, resultante da adição ou preservação de partículas de arroz ou koji por meio de filtragem rústica. De sabor pesado, é servido após as refeições

Ritual












Existe um ritual especial à mesa para tomar o sake. Levante o seu copinho para receber a bebida, servida sempre por seu vizinho de mesa, apoiando-o com a mão esquerda e segurando-o com a direita. É imprescindível que você sirva o seu vizinho de mesa porque não é de bom tom servir a si próprio. O copo de sake deve sempre ficar cheio até o final da refeição. A tradição manda fazer um brinde, kampai, esvaziando o copinho num só gole. É sinal de hospitalidade e atenção.


A arte da degustação

O sake tem uma infinidade de recipientes para ser tomado, conforme a região do país e a ocasião a ser celebrada. Só para expressar suas opiniões numa degustação de sake, os especialistas têm a disposição um vocabulário com mais de noventa palavras, em sua maioria desconhecidas do público.

Uma sessão de degustação de sake começa com uma regra fundamental: durante a reunião, só se pode falar em sake.

As paredes da sala devem ser de cor creme claro e com janelas de face norte para aproveitar a luz natural do sol, no entanto, o sake não deve estar sob exposição direta do mesmo. O horário de degustação sempre é entre às 10 e 11 horas da manhã, quando o sol ainda não está forte e os técnicos já fizeram a digestão do café e ainda não almoçaram. Não se degusta sake com estomâgo cheio. A bebida é servida em temperatura ambiente, cerca de 20ºC.

O copo usado é de porcelana branca com dois círculos azuis no interior, denominado de olho-de-cobra. Os círculos coloridos servem para que os especialistas avaliem a transparência da bebida, enquanto o fundo branco é utilizado para observar a cor do sake.



Como beber sake













A melhor temperatura para o sake ser consumido é de 35º C, porque nesta temperatura percebe-se melhor as delicadas características da bebida. Mas pode ser apreciado também em temperaturas superiores ou inferiores, de acordo com a estação do ano.

Quando aquecido, a uma temperatura de até 45º C, o sake é conhecido por kan. Torna-se encorpado e adquire um sabor acentuado de melão. Quando resfriado, o sake é conhecido por higa e assume um sabor frutado.

A maneira mais tradicional de servi-lo é em pequenos copos de porcelana ou em xícaras quadradas de madeira, chamadas masu, que conferem à bebida um suave sabor amadeirado. Nesse caso, sempre é servido frio com temperatura variando entre 20º e 40º C, já que o sake quente absorveria o gosto da madeira. Pode se, também, colocar uma pitada de sal no canto do masu, um estilo muito apreciado pelos mais jovens.

O sake no cotidiano japonês










"Por entre as flores, uma garrafa de sake bebo sozinho, ninguém a me acompanhar." Assim começam os versos do poeta japonês Rihaku, que dizia beber uma garrafa de sake e escrever mil poemas.

Beber sake é um ritual no país, e existem várias razões pelas quais a bebida é apreciada, que vão muito além do paladar, sede ou disposição para encher a cara. Segundo a tradição, bebe-se sake para eliminar as preocupações e prolongar a vida, e isto por si só, vale qualquer dose a mais. Pega até mal chamar de bêbado quem toma sake de forma exagerada e sai cambaleando de madrugada pelas ruas das cidades japonesas. "Inebriado" talvez fosse a designação correta, uma vez que os efeitos da bebida transformam os, geralmente reservados japoneses, em cantores, galanteadores e seresteiros ao luar nas noites nipônicas.

No Japão, costuma-se dizer que o sake é o melhor companheiro na solidão. Só não se pode tomá-lo em qualquer copo ou em qualquer ocasião. Bebe se em grandes comemorações, como no Ano Novo e nas cerimônias xintoístas de casamento, em encontros românticos, mas também na falta de um pretexto feliz ou por uma boa dor de cotovelo.

Como beber sake no Japão é um ritual milenar e os excessos são justificados por milhares de anos de história, o modo mais simples de se desculpar por qualquer estrago provocado em uma noite etílica no Japão, é dizendo “Eu estava bebendo sake...” e o perdão é praticamente certo!

Lenda do sakê








Diz a lenda que a fermentação da bebida foi descoberta por acaso: “Certo dia, um cidadão desleixado esqueceu de tampar um tacho de arroz que cozinhara e o arroz acabou mofando. Como ele era realmente desleixado, também se esqueceu de jogá lo fora e só depois de alguns dias notou que havia ocorrido uma fermentação: o arroz transformara-se em uma deliciosa iguaria, na verdade mais pastosa do que líquida. Da total falta de cuidado do cidadão, criou se um método de fermentação e os produtores descobriram que o fungo que mofara o arroz era o responsável pela transformação do amido em glicose e fermento. Logo, o fungo ganhou nome 'kamutachi' e não demorou muito para que os produtores divulgassem que a bebida era produzida pelos deuses. "

Hanami’



























Existe até mesmo um festival dedicado somente à flor de cerejeira. Ele é chamado de 'Hanami', e acontece no final de março ou começo de abril, na época em que as mais de 400 espécies de cerejeira - lembrando, também, que algumas delas possuem exclusivamente somente flores brancas - do Japão atingem, ao mesmo tempo, seu esplendor, e suas flores começam a cair.

É um festival simples, mas belíssimo, onde centenas de milhares de pessoas se reúnem em enormes pique-niques em parques e bosques, sentados sob as árvores de Sakura, e contemplam a natureza e celebram a felicidade – sempre bebendo muito sakê (tradição que também faz parte do ‘Hanami’).

As famílias passam praticamente o dia todas reunidas, até depois do pôr-do-sol, onde normalmente os festivais são encerrados com incríveis shows de fogos-de-artifício, e a encenação de muitas lendas envolvendo a lendária flor.

Ureshii Hinamatsuri






















A música cantada no Hina Matsuri se chama Ureshii Hinamatsuri (Dia das bonecas feliz) e a sua letra é assim:

Akari o tsukemasho, bombori ni, (vamos acender as lanternas)

O hana o agemasho, momo no hana. (vamos oferecer flores de pêssego)

Go-nin bayashi no fue taiko, (cinco músicos da corte tocarão tambores e flautas)

Kyo- wa tanoshi- Hina matsuri. (hoje é o divertido dia das bonecas)

Boneca Kyo




























Também fabricada em Kyoto, esta boneca tem aproximadamente 24 centímetros de altura e suas pernas se dobram para permitir que ela se sente em um zabuton (almofada ou travesseiro). O rosto, pés e mãos parecem de porcelana, mas na verdade são feitos de um plástico branco, incrivelmente macio e suave ao toque. Seu cabelo parece ser feito de seda pura. Seu kimono é de chirimen (seda sintética) e ela também usa roupas íntimas.

Essas bonecas são feitas para serem vestidas e despidas. No Japão, as mães freqüentemente fazem um novo kimono para vestir a boneca de suas filhas. São famosas por seus trajes suntuosos.

Sake


























Sake é o vinho de arroz, muito tradicional no Japão. Existem muitos tipos de sake, assim como os vinhos de uva. Os mais comuns bebidos em sushiya são os transparentes frios, mas existem leitosos, quentes, gelados, e até um que vem com flocos de ouro na bebida. A forma de servir sake tem também muita tradição. Em casa, normalmente se usa um copo pequeno e cilíndrico chamado choko para beber e uma pequena garrafa chamada tokkuri, ambos feitos de porcelana. A maneira de encher o choko é ditada por regras específicas e varia com a posição social daquele que recebe o sake, assim como daquele que o serve. Nos bares, assim como em sushiya, não se usam esses utensílios, ao invés disso, são usados estes conjuntos: - um copo sobre um píres (como na imagem ao lado), muito freqüente no Japão hoje; - um copo sobre um masu, também freqüente no Japão hoje; - um masu sobre um píres grande, forma usada antigamente no Japão e comum nos restaurantes brasileiros hoje. Em qualquer uma dessas formas, a casa deve encher o recipiente interior até que transborde, para mostrar sua generosidade. Algumas vezes, até mesmo esse recipiente exterior transborda. Nesse caso, é educado beber dos dois recipientes. Se a quantidade transbordada para o segundo não for grande, não é necessário beber do exterior. Entre amigos, não é educado permitir um amigo servir-se de sake. Devemos sempre servi-lo primeiro. Quando a pessoa não quiser mais beber, ela deixará o copo cheio.

Taiko



























A palavra taiko (太鼓) significa simplesmente "grande tambor" em Japonês. Fora do Japão, a palavra é usada frequentemente para referir-se a alguns dos vários tambores japoneses (和太鼓, 'wa-daiko', "Tambor Japonês", em Japonês)
No Japão feudal, taikos eram frequentemente usados para motivar as tropas, para ajudar a marcar o passo na marcha e para anunciar comandos e anúncios marciais. Ao se aproximar ou entrar no campo de batalha o taiko yaku (tocados de tambor) era responsável por determinar o passo da marcha, usualmente com seis passos por batida do tambor (batida-2-3-4-5-6, batida-2-3-4-5-6).

De acordo com uma das crônicas históricas (o Gunji Yoshu), nove conjuntos de cinco batidas serviam para levar um batalhão à batalha, enquanto nove conjuntos de três batidas aceleradas três ou quatro vezes e seguidas pelos gritos "Ei! Ei! O! Ei! Ei! O!" era a chamada para avançar e perseguir o inimigo.